5 procedimentos corretos para transporte de efluentes industriais
Nesta onda ecologicamente correta de preservação ao meio ambiente, ressaltamos a importância dos procedimentos corretos para transporte de efluentes industriais descartados diariamente pelas empresas que prezam pela saúde pública.
- Contrate uma empresa especializada
Os efluentes podem conter altas concentrações de poluentes prejudiciais a saúde, portanto o primeiro passo é contratar uma empresa especializada para coleta. Verifique se a empresa possui licenças na CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), no IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), no INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), entre outros.
- Exija que a empresa de transporte de efluentes possua o CADRI
Determinados tipos de efluentes, como o industrial, exigem uma autorização prévia antes de serem destinados a locais de reprocessamento, armazenamento, tratamento ou disposição final. No estado de São Paulo, a CETESB é o órgão responsável por emitir este documento chamado CADRI (Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental).
A Companhia trabalha na fiscalização e monitoramento de empresas cujas atividades atingem diretamente no impacto ambiental e agem conforme as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Esta licença garante caminhões certificados pelo INMETRO, conduzidos por motoristas devidamente instruídos e treinados para o transporte de efluentes, sejam eles industriais, domésticos, para compostagem ou fertilização orgânica, garantindo a segurança necessária.
De acordo com o CADRI os resíduos são classificados como:
Resíduos Classe I – Perigosos: aqueles que apresentam risco à saúde pública e ao ambiente, com características como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.
Resíduos Classe II A – Não Inertes: podem ter propriedades como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.
Resíduos classe II B – Inertes: que não apresentam transformações físicas, químicas ou biológicas.
O documento deve especificar o tipo de acondicionamento dos materiais carregados para que a transportadora possa se comprometer com os cuidados necessários na condução dos mesmos, atendendo à legislação ambiental específica (federal, estadual ou municipal).
- Coleta adequada de resíduos
Com a licença do CADRI em mãos, é hora de remover os resíduos de forma correta. Entre diversos métodos disponíveis, o mais indicado é a bomba de alto vácuo, que colhe os resíduos em locais de difícil acesso de forma discreta, evitando o contato dos resíduos com a atmosfera.
- Veículos preparados para transportar efluentes industriais
Os caminhões devem estar devidamente preparados para coleta do material. Veículos equipados com compressor de anel líquido, por exemplo, permite a realização de serviços em pontos distantes com diversas profundidades. Estes, normalmente também são combinados com sistema de hidrojateamento que já realiza a auto-limpeza.
A capacidade do tanque do caminhão varia de 2 a 45m³ e deve ser coerente com a quantidade de efluentes a ser transportada. Esta adequação vai garantir a segurança e otimização dos custos da operação.
O transporte deve respeitar as regulamentações pertinentes, protegendo o resíduo de intempéries (condições adversas), assim como deve estar acondicionado evitando o espalhamento em via pública ou férrea ao serem transportados.
- Separação dos efluentes
Não se devem misturar resíduos de efluentes industriais com alimentos, medicamentos ou produtos de consumo humano ou animal, ou com embalagens destinadas a estes fins em um mesmo coletor, pois cada um tem uma característica específica. Todo material, ainda que possa ser reaproveitado, reciclado e/ou reprocessados também podem ser considerados perigosos.
Por isso antes de contratar um prestador de serviços ambientais verifique se o mesmo possui todas as licenças junto à CETESB. Feito este encaminhamento, o material será destinado ao reprocessamento, tratamento, armazenamento e descarte correto em estações licenciadas.
O efluente industrial varia de acordo com o tipo de indústria, com a matéria-prima utilizada, com a reutilização da água dentre outros fatores característicos físicos (temperatura, cor, turbidez, presença ou ausência de sólidos, etc), químicos (pH, alcalinidade, teor de matéria orgânica, etc) e biológicos (presença de bactérias, protozoários, vírus, etc). Alternativas de tratamento serão estabelecidas pelo CADRI.
É de responsabilidade do transportador a descontaminação dos equipamentos utilizados, mas o processo deve ser previamente autorizado pelo órgão de controle ambiental competente.
Faça sua parte, poupe a natureza implementando a destinação correta de efluentes industriais na sua empresa e colabore para o desenvolvimento ambiental responsável. Não seja uma ameaça à saúde dos homens, das plantas e dos animais. O solo, a água e a gente agradece.